Governo do Estado do Rio de Janeiro
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA

Patrimônio Cultural
Bens Tombados

Nome: Hospital Santa Teresa
Número do processo: E-03/17.007/81

Petrópolis foi, historicamente, local de passagem obrigatória de penetração dos viajantes que, do litoral ao interior, iam e vinham em busca do ouro das Minas Gerais. Esse fator, somado às qualidades climáticas e feições naturais e à proximidade com o Rio de Janeiro, contribuiu para que, em meados do século XIX, ali se desenvolvesse a colônia de Petrópolis. Outro fator de cunho pitoresco é decorrente do conhecimento que D. Pedro I tinha da região, particularmente da Fazenda do Padre Corrêa, local de pernoite dos tropeiros que transpunham a serra em direção ao interior. Encantado com o clima ameno e a beleza daquele cenário natural, adquire as terras do Córrego Seco, vizinhas às do Corrêa, para construir um palácio de verão. O sonho de construir a Fazenda Imperialno alto da serra somente vai se realizar, mais tarde, quando o engenheiro-militar major Júlio Frederico Koeler, que coordenava os trabalhos de levantamento topográfico de parte da província do Rio de Janeiro naquela região, arrenda em 1843 a Fazenda do Córrego Seco para implantar no local uma colônia alemã. Koeler compromete-se, através do conselheiro Paulo Barbosa, com o herdeiro D. Pedro I Ia reservar uma área para edificar o Palácio Imperial, os jardins e a Igreja de São Pedro de Alcântara. Em 1846, o major Koeler apresenta o primeiro plano urbanístico para a Vila Imperial de Petrópolis. O projeto aliava as necessidades da atividade agrícola, baseada na mão de obra imigrante, bem como o uso do solo urbano, a preocupações com a preservação dos rios e das matas, resultando numa ocupação em que os edifícios eram projetados de forma respeitosa e integrada à paisagem natural circundante. A cidade rapidamente ocupou lugar de destaque no cenário nacional, inicialmente como residência de verão da família imperial e departe da elite brasileira e, depois, como vilegiatura da alta burguesia fluminense. Ainda no fim do século XIX, pelas suas qualidades climáticas e abundância de água, atraiu a instalação de um grande número de fábricas,sobretudo de têxteis. Esse conjunto de condições políticas, sociais e culturais, propiciou aprodução de uma rica e variada arquitetura, marcadamente do período republicano. O acervo do patrimônio edificado de Petrópolis, integrado à magnífica paisagem natural da Serra do Mar, se apresenta como manifestação das mais significativas na conformação das cidades fluminenses, devido à rara e sensível interação do patrimônio ambientale urbano. Petrópolis se constitui, hoje, apesar das transformações ocorridas, em referência para as demais cidades do Rio de Janeiro, pelo seu padrão de qualidade de vida, além de sua relevância histórica associada à vida política brasileira.Motivados pela mobilização de associações comunitárias locais, estudos sistemáticos para o reconhecimento e proteção de diversos bens em Petrópolis foram iniciados no fim da década de 1970, a partir de um projeto de revisão da legislação urbanística municipal. Coordenado pelo então órgão de planejamento metropolitano do Estado, Fundrem, participaram conjuntamente desses estudos o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, oInstituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional e a Prefeitura Municipal. Os resultadosdesdobraram-se em um trabalho técnicode elaboração de um inventário dos bensarquitetônicos e em medidas de proteção aopatrimônio ambiental urbano de Petrópolis.O tombamento definitivo efetivado peloEstado em 1998 é mais uma etapa alcançadanesse processo. Tem singular extensão e diversidadede ambientes, contabilizando dezoitoconjuntos localizados no primeiro distrito,que, por suas características urbanísticas, paisagísticase arquitetônicas, foram reconhecidoscomo de interesse para a sua preservação. Integramo tombamento diversas ruas com suasarquiteturas peculiares e respectivas encostascom suas coberturas vegetais, constando dalistagem mais de trezentos imóveis efetivamenteprotegidos pela legislação estadual. Estetombamento incorporou os nove bens imóveisconstantes do Processo nº E-03/17. 007/1981.Este hospital de arquitetura neoclássica foi construído entre 1872 e 1876 diante do rio Piabanha, no quarteirão Ingelheim. Segue o estilo simples das fachadas dos hospitais referenciais da Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro, edificados na década de 1840. Um anexo posterior, de gosto eclético, tem torreão e cobertura em cobre.






Tombamento Provisório: 20.06.1983

Tombamento Definitivo: 04.12.1998

Localizacão:
  • Rua Paulino Afonso, nº 477 , - _ - Petrópolis
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