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A PRESERVAÇÃO CULTURAL E O DESENVOLVIMENTO HUMANO E ECONÔMICO NO BRASIL

16/12/2016 | Notícias
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Crédito: Fontana di Trevi
Legenda: Divulgação

Direção-Geral do Inepac

Em todo o mundo, a preservação do patrimônio cultural é tarefa complexa. Ainda assim, o assunto é, em muitos países, tratado como fator de desenvolvimento humano de primeira importância, para além do desenvolvimento econômico.

 Na Itália, nascedouro das principais técnicas de restauro de bens culturais de natureza material ocidentais, a forma clássica trata o bem protegido com o mínimo de intervenções possível. O restauro resulta de um procedimento minucioso e científico onde se retira do monumento apenas aquilo que lhe é espúrio e restaura-se somente quando houver documentos que comprovem o seu aspecto original. Ou seja, adota-se a máxima que o restauro “termina onde começa a hipótese” (Carta de Veneza, 1964).

Em Roma, a Fontana di Trevi, uma das mais famosas fontes do mundo - revelada ao mundo no filme “La dolce vita”, de Federico Fellini - foi completamente restaurada, tendo a obra sido concluída em meados de 2016. O restauro, orientado e fiscalizado pelo órgão de patrimônio histórico e artístico da capital italiana, foi avaliado em mais de US$ 3,8 milhões. Foi a maior obra de restauro e conservação já executada na fonte, sendo a primeira de outras restaurações patrocinadas pela grife italiana Fendi, no programa intitulado “Fendi for Fountains”.

Algumas das contrapartidas para a empresa foram uma placa comemorativa e um desfile na Fonte di Trevi para divulgar a marca. Deve-se destacar que essa obra monumental aconteceu entre 2008 e 2016, período em que a Itália atravessa uma das maiores crises dos últimos 40 anos. Mesmo assim, a Fendi, assim como outras diversas marcas como Prada, Diesel e Tod's - que patrocinou as obras de restauro do Coliseu, avaliadas em mais de 30 milhões de dólares - manteve o interesse, consciente de que investimento era um ótimo negócio.

No Brasil, os investimentos no patrimônio cultural são ainda bastante restritos às ações do governo. São raros os exemplos onde a iniciativa privada assume, como principal patrocinadora, a recuperação de dado monumento. O marketing cultural no Brasil parece não enxergar os benefícios diretos e indiretos e de curto e longo prazo de uma boa ação de preservação do patrimônio cultural a uma marca. Nesse contexto, fundamental é a participação de grandes empresários e investidores brasileiros. São necessárias novas visões empreendedoras e de marketing cultural relacionadas ao patrimônio cultural para que os valores contidos nos bens possam ser melhor difundidos, para que a sociedade civil usufrua desses bens e para que se ampliem os benefícios da economia da cultura para o desenvolvimento humano e econômico no Brasil.

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