Governo do Estado do Rio de Janeiro
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA

Patrimônio Cultural
Bens Tombados

O Legado dos Trilhos: Inventário das Estradas de ferro em Rio das Flores

Os bens materiais imóveis construídos pelas Estradas de Ferro que serviram ao município de Rio das Flores fazem parte do vasto patrimônio ferroviário de valor cultural espalhados pelo interior do estado do Rio de janeiro. O acervo aqui apresentado está inserido num espaço de tempo de noventa anos (1875 a 1965), iniciado por duas companhias particulares, criadas na época em que Rio das Flores era uma freguesia de Valença, a Estrada de ferro Commercio e Rio das Flores e a Estrada de ferro Rio das Flores. Elas surgem do desejo dos barões em instalar as locomotivas a vapor para escoar a produção cafeeira de suas fazendas para os pontos de exportação do Rio de Janeiro.Essas companhias podem ser consideradas os principais empreendimentos de capital privado criado em toda a história do município e traziam uma contradição: eram financiadas para uma fortuna amealhada à custa do braço escravo, modelo de trabalho que era combatido firmemente pela Inglaterra, país que financiou ferrovias brasileiras.A decisão de construir uma ferrovia pode ser entendida como o primeiro passo rumo à sua emancipação político-administrativa, realizada em 17 de março de 1890.As mudanças ocorridas em fins do século XIX acarretaram profundas transformações na estrutura socioeconômica do Médio Paraíba Fluminense. Com o declínio da produção de café, as companhias particulares foram substituídas pela Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). A linha férrea quer cortava as terras rioflorenses passou a integrar o município com a região envoltória, através do sub-ramal ligando a cidade de Valença à localidade de Afonso Arinos, onde havia um entroncamento para a Zona da Mata Mineira, região que atraiu muita população, principalmente a cidade de Juiz de Fora MG.Nas décadas de 1960 e de 1970 o governo extinguiu as ferrovias regionais, optando pelo modelo rodoviário. A partir de então, as construções pertencentes às antigas linhas férreas tiveram diversas destinações. Pode-se afirmar que a maioria foi sendo abandonada, a ponto de que, em muitos desses lugares, os veículos afetivos das comunidades com este patrimônio formador de sua identidade foi rompido.Este inventário se propôs a realizar o levantamento desse patrimônio edificado remanescente da implantação do sistema ferroviário rioflorense, resgatando o seu papel na ocupação e estruturação do território municipal e regional. Visando o reconhecimento dos seus valores histórico e arquitetônico, que são imprescindíveis para classificá-lo como possuidor de significado cultural, atributo que o torna merecedor de proteção oficial, com vistas a preservá-lo para usufruto das futuras gerações.Rio das Flores, Outubro de 2011

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