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O tombamento em conjunto das obras de Niemeyer pelo IPHAN

04/12/2017 | Notícias
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Foi com muita honra que recebi o convite de participar da sessão do Conselho Consultivo do IPHAN que consagrou o tombamento das principais obras do Arquiteto Oscar Niemeyer no Brasil e isso por diversas razões. Uma delas é por ser Niemeyer considerado o grande arquiteto do Brasil, reverenciado em todo o mundo pela beleza da sinuosas formas dos seus projetos, que trouxeram frescor a uma arquitetura que, moderna, tinha predileção pela linha reta.Outra é pela minha deferência àquele egrégio conselho, formado por membros de notável saber sobre o assunto, como Ítalo Campofiorito, Nestor Goulart Reis Filho e Carlos Eduardo Dias Comas, que selecionouas obras mais representativas do nosso grande gênio - com destaque para o Palácio Capanema, o Conjunto de Pampulha, o Conjunto de Brasília, a Passarela do Samba e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói – para fins de preservação.

Destaca-se ainda o fato do pedido de tombamento ter partido do próprio arquiteto, pouco antes de sua morte, quando sugeriu a proteção de 24 monumentos seus. Este é um ponto da maior importância, pois demonstra tanto sua preocupação com o futuro de suas obras como sua compreensão plena do valor do tombamento. Mérito maior é que o trabalho de Oscar Niemeyer é carregado de simbolismos. Comunista declarado, humanista excêntrico, o Arquiteto do Brasil optou pelos valores populares nos poéticos memoriais descritivos que, comumente, acompanhavam seus projetos monumentais. Arquiteto dedicado, artista de gênio incomum, fazia questão de dizer que "o importante é a vida".

 

Por conhecer profundamente uma de suas maiores obras – o MAC de Niterói –, minha experiência é de que esse aforismo, de fato, se reflete em seus projetos.Por fim, cabe aplaudir o brilhante trabalho realizado pelo Iphan, tendo à sua frente a presidenta Jurema Machado, uma mulher determinada que, por meio desse ato, garante às futuras gerações uma promenade architecturale pelas obras do grande mestre. Imagino que, se vivo fosse, ele se sentiria um pouco mais honrado pelo tombamento ter se concretizado na gestão da atual presidenta. Afinal, Oscar Niemeyer foi o arquiteto das curvas, do traço inusitado, do relevo do Rio de Janeiro e do corpo da mulher.

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