A cidade de Angra dos Reis perdeu no segundo quartel do século XX uma grande parte da sua arquitetura urbana tradicional. No início dos anos 80, movimentos comunitários ligados a atividades culturais locais promoveram o reconhecimento do acervo remanescente. Em atendimento ao pedido de 850 moradores, o Inepac realizou os estudos necessários para encaminhar o tombamento de imóveis urbanos e rurais: os prédios da Câmara e da Prefeitura; o Mercado Municipal; dois chafarizes; duas igrejas; três casas de fazenda; um monumento comemorativo e oito casas urbanas. A esse conjunto acrescentou-se, pouco depois, o imponente sobrado que a Prefeitura recuperou para transformar em Casa de Cultura. Angra dos Reis é uma das cidades mais antigas da província fluminense. Nos tempos do Império as casas de câmara e cadeia eram edifícios simbólicos do status de cidade. A construção oitocentista, inaugurada no último quartel do século XIX, ocupa na praça posição destacada que denota sua importância cívica. De planta retangular e distribuída em dois pavimentos, no térreo ficavam as celas e a escadaria de acesso ao pavimento nobre onde funcionava a câmara.
Tombamento Provisório: 26.10.1982