A cidade de Angra dos Reis perdeu no segundo quartel do século XX uma grande parte da sua arquitetura urbana tradicional. No início dos anos 80, movimentos comunitários ligados a atividades culturais locais promoveram o reconhecimento do acervo remanescente. Em atendimento ao pedido de 850 moradores, o Inepac realizou os estudos necessários para encaminhar o tombamento de imóveis urbanos e rurais: os prédios da Câmara e da Prefeitura; o Mercado Municipal; dois chafarizes; duas igrejas; três casas de fazenda; um monumento comemorativo e oito casas urbanas. A esse conjunto acrescentou-se, pouco depois, o imponente sobrado que a Prefeitura recuperou para transformar em Casa de Cultura.Data: Fachada reformada em 1920. Os sobrados acima relacionados, em sua maioria imóveis residenciais urbanos, foram construídos no início do século XIX. Muitos eram associados a pequeno comércio de rua. Têm qualidades arquitetônicas e estados de conservação variados. De um modo geral, representam as características estilísticas da antiga arquitetura luso-brasileira, ainda preservadas. Implantadas na frente da rua, as áreas edificadas ocupam a totalidade do terreno. As fachadas simples têm paredes externas caiadas com janelas e ombreiras de madeira pintada. São os remanescentes mais antigos da moradia angrense. Em conjunto constituem uma representação significativa da configuração original e escala da ambiência urbana tradicional da zona central de Angra dos Reis.