O Solar do Visconde de Araruama integra um grupo de quatro importantes imóveis, localizados no centro histórico da cidade, tombados por solicitação de representantes da comunidade campista, que se mobilizou em defesa de sua preservação. Três destes bens – o Solar do Visconde de Araruama, o Hotel Gaspar e a Lira de Apolo – situam-se na praça São Salvador, que se abre numa das laterais para o rio Paraíba, tendo a igreja Matriz ao fundo. Local de construção dos edifícios públicos e das residências urbanas dos grandes proprietários da região, a praça é marcada pela diversidade de suas construções com linguagens arquitetônicas diferenciadas que testemunham a vida da cidade. O último imóvel do conjunto, o Hotel Amazonas, situa-se na rua Barão de Amazonas, imediatamente paralela à praça. Segundo Alberto Lamego, o Solar foi construído pelo brigadeiro José Caetano Coutinho em fins do século XVIII. O imóvel tombado é integrado por dois sobrados distintos, ligados internamente. A composição da fachada do prédio principal se utiliza do vocabulário neoclássico. Seu interior apresenta cômodos generosos ao redor de um pátio interno. Aos fundos, um pátio posterior dá acesso para a rua Barão do Amazonas. O prédio da esquerda, de gosto eclético e menores dimensões, destaca-se pela platibanda de alvenaria vazada, marcada por dois pináculos laterais. No século XIX, o conjunto serviu de residência ao visconde de Araruama, depois abrigou a Câmara, a Prefeitura, serviu de Biblioteca Municipal e também foi ocupado pela Secretaria de Fazenda.